Mensagem enviada a todos os sacerdotes e a todos os vocacionados ao sacerdócio. (De Ir. José Caetano, religioso somasco residente em Campinas-SP, cursa o último ano de teologia).
ESSA MENSAGEM É TAMBÉM PARA VOCÊ JOVEM QUE PENSA EM SER SACERDOTE. VENHA CONHECER A NOSSA CONGREGAÇÃO E BUSQUE CONOSCO UM DISCERNIMENTO VOCACIONAL.
Aos sacerdotes!
Celebrar o dia da Instituição do Sacerdócio é um momento de afirmações importantes para nossas vidas e para a vida da Igreja.
Por Dom Orani Tempesta, O.Cist.
RIO DE JANEIRO, 27 de Março de 2013 (Zenit.org) - “Antes de te formar no ventre eu te escolhi,
antes de saíres do seio materno eu te consagrei e te nomeei profeta entre as
nações.” (Jr 1,5)
Devido ao momento atual de contradições sobre a vida da Igreja, tanto de
uma alegria muito grande pelos passos dados, em especial pela escolha do Papa
Francisco, como pelos eternos questionamentos da vida e dificuldades de muitos
clérigos, celebrar o dia da Instituição do Sacerdócio é um momento de afirmações
importantes para nossas vidas e para a vida da Igreja.
O mundo está correndo velozmente. A cada instante uma novidade é criada em
algum lugar do planeta. Elas mudam a opinião das pessoas. Há novos desafios,
problemas e tarefas na linha de frente para um padre. Como lidar com tudo isso?
O que e a quem recorrer e em que trabalho? O que nunca vai esquecer? Aqui estão
as perguntas que a Igreja dá e a resposta que guarda no depósito da fé e da
moral, principalmente registrada nas Escrituras e explicada nos documentos da
Igreja.
Cada um dos graus do sacramento da Ordem: diaconato, presbiterato e
episcopado, traz as impressões distintas de um personagem sacramental e,
portanto, de uma maneira especial um homem configurado com Cristo Sacerdote,
Profeta e Rei. "Os padres, pela ordenação, são enviados para servir a Cristo
Mestre, Sacerdote e Rei, comunhão no seu ministério, através do qual a Igreja
aqui na terra está em constante crescimento como povo de Deus, o corpo de Cristo
e do templo do Espírito Santo".
Cada ordenado deve levar todos à experiência da vida divina e isto lhe dá a
graça necessária para cumprir diversas tarefas relacionadas ao ministério
sacerdotal. Esta comunhão com Cristo lhes confere os dons de Profeta, Sacerdote
e Pastor, atendendo a vontade de Deus e acolhendo os dons do Espírito Santo
conferidos pelo sacramento da Ordem.
Como traduzir para o mundo, que tudo questiona e que prescinde da fé, o que
é ser padre hoje? Como unir aquilo que é a certeza de sempre, com o chamado de
Deus para o serviço do altar, com as necessidades de evangelização em uma
sociedade que perdeu os valores e a visão cristã?
É chamado a ser de Deus e, como conseqüência, ser humano. Essa é a nossa
base para viver o serviço ao povo de Deus. A oração liga o padre a Deus e ao
povo, e leva o povo a ligar-se com Deus, Pai de todos. Tudo o que faz está
intimamente relacionado com o seu ministério sacerdotal. É uma grande alegria se
doar pelo Reino de Deus na comunicação do Evangelho. Com certeza é uma atividade
cheia de responsabilidades, que ele faz bem e com firmeza institucional, mas
sempre alimentado pela oração e com leveza espiritual. Está ciente de que ser
padre é um aprendizado constante. Em cada graça o padre vê e participa da
alegria e das dores do próximo.
A sua solidão será preenchida pela vida de oração e comunhão com Deus. E
será necessária diante de tantas urgências de reuniões e encontros. Sabemos que
não é fácil ser padre hoje. Mas o mistério que se dá no momento da ordenação vem
para ajudar. Ser chamado por Deus para esta missão é assumir todas as dores,
dificuldades e alegrias que o ministério traz. O homem vai aos poucos assumindo
a sua vocação. Por isso a oração dos fiéis vem para ajudar a manter os
sacerdotes para serem sempre bons padres.
Tem necessidade de constante atualização com cursos e encontros, além de um
trabalho permanente na comunicação pessoal e homilética. Tem necessidade de
encontro com seus irmãos de presbitério para partilhar sonhos e esperanças junto
com o planejamento pastoral. A presença junto ao povo em suas necessidades faz
parte de sua constante preocupação de pastor. É chamado a viver constantemente
em conversão, procurando converter-se a cada dia. Ele é chamado a ter um coração
indiviso e, por isso, o discernimento levou-o a ser escolhido – por ter vocação
ao sacerdócio e o dom do celibato - para melhor servir ao povo de Deus. Mesmo
com os questionamentos atuais, vemos que este sinal incomoda muito a atual
mentalidade, a ponto de quererem culpá-la por número de vocações ou desvios de
comportamento. Mas todos nós sabemos que não é esse o problema.
O trabalho com os pobres de todas as situações está na ordem do dia da
missão sacerdotal. Faz parte de seu coração de pastor. Tanto nas preocupações
sociais, que tantas dificuldades enfrentam hoje, como nas dependências químicas
ou ainda no atendimento das pessoas para uma orientação espiritual com seus
problemas que machucam a vida. Mas também o grande sacramento da Confissão: é
uma grande alegria ver como a pessoa vai embora perdoada e reconciliada e em
busca de viver uma nova vida! Jesus chama os homens para serem padres, para que
eles sejam corajosos na proclamação da verdade, do amor e da misericórdia,
fascinados por Deus e homens de santidade.
“Pois o zelo da tua casa me consome". Quantos sacerdotes deram a vida pelo
povo de Deus! Foram fiéis até o fim e consumiram suas vidas pelo Evangelho! E
ainda hoje agradeço a Deus por ver esse zelo presente em nosso clero. Vocação
que transpareceu no desejo e que foi discernida como aptidão através dos dons de
Deus em sua vida.
Volta-se a pergunta: O que é ser um padre hoje? O que Deus espera dele
hoje? Aqui estão as perguntas que enfrentam todos os dias os que exercem o
sacerdócio ordenado (vigário, padre, bispo) como um incentivo para trabalhar em
si próprios, a fim de serem bons trabalhadores na vinha do Senhor.
Somos imbuídos a lembrar do Profeta Jeremias: "Eu te darei pastores
segundo o meu coração" (Jr 3,15). Com estas palavras do profeta Jeremias,
Deus promete a seu povo que não vai deixá-lo sempre sem pastores. "Porei
sobre eles (e das minhas ovelhas) os pastores que não temerão, nem se
espantarão, nem se perderão "(Jr 23,4).
A Igreja, como Povo de Deus, experimenta continuamente a realização deste
anúncio profético e a alegria em agradecer a Deus por tudo isso. Ela sabe que
Jesus Cristo é a vida, o cumprimento supremo e definitivo da promessa de Deus:
"Eu sou o bom pastor" (Jo 10,11). Ele, o "Grande Pastor dos
Inocentes" (Hb 13,20), confiou aos apóstolos e seus sucessores no
ministério dos pastores o rebanho de Deus.
Pela instituição do Sacerdócio, a ser relembrada nesta Quinta-feira Santa e
pela Páscoa, quero cumprimentar todos os sacerdotes da Arquidiocese. E peço aos
fiéis que rezem sempre pelas vocações e pelo seu pároco, pelos sacerdotes de
nossa Igreja!
Deus os abençoe, e tenham uma FELIZ PÁSCOA!
† Orani João Tempesta, O. Cist.
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