Pe. Sergio esteve representando os religiosos somascos da Vice-Província do Brasil, no SEMINÁRIO NACIONAL PARA FORMADORES E FORMADORAS, nos dias 22 a 26 de outubro na cidade de Caucaia, cidade metropolitana de Fortaleza-CE. Esse evento marcou uma das várias iniciativas da Conferência dos Religiosos do Brasil neste ano da Vida Religiosa Consagrada. Cerca de 150 religiosos formadores e formadoras de todo Brasil estiveram presentes. O tema do Seminário foi: "O encontro que faz arder o coração" e o lema: "Ele os alcançou e se pôs a caminhar com eles" Lc24,15.
A prioridade do Seminário foi a pessoa do(a) formador(a), no entanto outros assuntos relevantes foram refletidos como por exemplo: a relação do(a) formador(a) com o(a) formando(a) e a pessoa do(a) formando(a).
Para ajudar nas
reflexões destas temáticas foram convidados assessores que trabalharam os
seguintes assuntos:
·
Caminho aberto para o próximo.....dialogando com o
Evangelho de Lucas com padre Shige Nakanase;
·
Formação Mistagógica, enquanto experiência de Deus, com a Irmã
Annette Havenne;
·
Intimidade como nível mais profundo da comunicação, com a Irmã
Fátima.
"Foi uma oportunidade muito grande de partilhar as alegrias, esperanças, gratidões, desafios com outros formadores também. O encontro foi, mas do que teorias, experencial, e isso ajudou bastante a colocarmos os pés no chão de nossas realidades e tocar em assuntos prioritários. Foi um grande impulso e incentivo a continuar a caminhada da formação como missão e não como tarefa simplesmente." Pe.Sergio
Pe. Sergio fez questão de viajar a Fortaleza de ônibus por motivos financeiros e também por querer conhecer o sertão nordestino, tão sofrido com a falta de chuvas.
VEJA ABAIXO DAS FOTOS: UM RESUMO QUE PADRE SERGIO FEZ DO CONTEÚDO DO SEMINÁRIO. QUEM SABE POSSA ACENDER ALGUMA LUZ PARA AQUELES QUE LEREM E QUE ESTÃO NESTE PROCESSO OU A CAMINHO.
SEMINÁRIO
NACIONAL PARA FORMADORES E FORMADORAS
CAUCAIA-FORTALEZA-CEARÁ
22 A 26 DE
OUTUBRO DE 2015
CAMINHO ABERTO PARA O PRÓXIMO
Dialogando com o Evangelho de Lucas
PALESTRA
Pe. Shige Nakanase
1)Antes
do Conc.Vat.II fomos entendendo que Deus está somente no céu e a VRC entendeu
assim, foi formada assim (leis, doutrinas, um Deus intimista, um Deus da
Retribuição).
2)Depois
do Conc.Vat.II Deus está no meio de nós. Ele se revela na história. A bíblia
não é mais leitura fundamentalista, mas a partir da realidade do povo.
A
VRC hoje é chamada a rezar a Lectio Divina e é preciso contextualizar antes,
por exemplo:
·
Mc
(70 Dc) escreveu para galileus (Galileia);
·
Mt
(85Dc) escreveu para os Sírios Judeus);
·
Lc
(90Dc) escreveu para Asia Menor (Gentios-não circuncidados, Judeus helenistas(nasceram
na diáspora);
·
Jo
(95-100 Dc) escreveu para grupos mistos na Asia Menor
Os
evangelhos são condicionados por diferentes realidades (Contextos).
A
bíblia é a experiência de cada comunidade à luz de Cristo Ressuscitado.
O Evangelho de Lucas
Realidade(não
partilhavam; cobrança de impostos, violência, maldição contra os ricos, o o
homem rico e pobre lázaro, exclusão, etc.. quem participa da comunidade de
Lucas são pobres e escravos;
Nós como VRC
sentimos hoje as dores do povo? Muita gente da VRC hoje é atraída pela
Helenização(poder, prazer, honras, bem estar)
A Teologia da
Retribuição de Lucas deve ser passada por nós para a Teologia da Gratuidade de
Jesus.
·
Nós somos
consagrados ao Reino do Deus da vida?
·
Somos
consagrados para viver e testemunhar o Evangelho?
·
Somos
consagrados aos irmãos que sofrem?
·
Somos
consagrados à vida e à esperança?
·
Somos
consagrados ao EVANGELHO, PROFECIA, VIDA COMUNITÁRIA E A ESPERANÇA
Na
formação tratar os formandos na perspectiva de que o Reino de Deus é para
todos, mesmo aqueles que não irão continuar na Congregação devem sentir que o
Reino é também para ele, mas em outro lugar.
Recomendação:
1)
Aquisição
do DVD “Em Saídas” Verbo Divino (sobre a VRC)
2)
Atualizar
participando do curso bíblico do Centro bíblico Verbo www.cbiblicoverbo.com.br facebook.com/shigeyuki.nakanose
Facebook.com/cbiblicoverbo
3)
Leitura
da revista Edição Pastoral (Paulus)
FORMAÇÃO MISTAGÓGICA
Irmã Annette
Havenne
Mistagogia
é o modo de acompanhar as pessoas com cuidado e não com trabalho. A rotina
religiosa pode acabar com a vida mística. Tenho que sempre me perguntar: “O que
venho fazer aqui?” para não perder a mistagogia.
Como
estão sendo as minhas relações com os formandos naquilo que mais me dá
energia(alegria) e naquilo que mais me dói?
O
que mais me machucou na relação com meus formadores?
O
que mais machuca os formandos em relação ao seu formador?
Um
dos grandes desafios da formação é o bom uso da AUTORIDADE E DO PODER(estudar o
texto entregue pela irmã que define a diferença entre:
liderança-autoridade-poder na formação.
LIDERANÇA:
capacidade que a pessoa tem de animar um grupo, as pessoas, um projeto, uma
missão comum. A liderança é participativa, circular. Pode ser exercida por uma
pessoa a vida toda. “Ela tem espirito de liderança”.
PODER:
é a delegação que um grupo confia a uma ou algumas pessoas, por um tempo
determinado. Esse poder pode ser exercido como um serviço ao grupo ou como uma
busca de interesses pessoais. O poder é sempre sobre algo(projeto, processo) e
não sobre as pessoas. As pessoas eu lidero e assim vou tendo autoridade.
AUTORIDADE:
qualidade que emana da pessoa quando ela é coerente, pensa, diz, age e
testemunha, exerce a liderança, o poder, de modo autêntico e transparente. Não
se perde a autoridade ao deixar uma função. Ninguém pode tirar sua autoridade.
ENFIM:
lideramos pessoas, exercemos poder sobre projetos, coisas, processos, e
testemunhamos autoridade por nosso modo de liderar e exercer o poder.
PODER
SOBRE: eu o uso para controlar as pessoas, as custas de medo, intimidação,
etc..
PODER
A PARTIR DE DENTRO: abrimos mão do controle para escolher uma atitude de
cuidado conosco e com os demais
PODER
COM: empoderando outros e descobrindo a compaixão. Eu ajudo cada formando a
descobrir que eles também tem poder de.........Assim o espirito de competição é
substituído pela colaboração, a compaixão pelos nossos limites e os dos outros,
o grupo social se torna uma fraternidade.
QUE
FORMAS DE PODER VOCÊ DESCOBRE EM VOCÊ MESMO?
Um
dos grandes desafios da formação é o bom uso da autoridade e do poder. “Se
Jesus está no meio de nós Ele está como Aquele que serve...ex. da criança..
RECOMENDAÇÃO:
1)
Assistir
o filme: Doador de memórias
2)
Ler
e refletir a apostila sobre: Liderança, autoridade e poder
3)
Ler
a apostila sobre “A partir do Congresso da VRC como reler e redirecionar o
processo formativo? Que tipo de modelo eu uso: evangélico? Paternalista?
Permissivo? Autoritário?
QUESTÃO:
Em
que posso contribuir para a relação tender para o modelo evangélico? Que novas
habilidades preciso desenvolver? Que atitudes preciso mudar?
Confiança-escuta-flexivel
INTIMIDADE
Irmã Fátima CRB
Nacional
1)
O
formador precisa ser uma pessoa: segura, aberta e receptiva, ou seja, saber
esperar e ter intervenção oportuna; saber dosar quando do envolvimento pessoal
para um distanciamento; saber passar da máxima subjetividade para a máxima
objetividade.
2)
Lembrar
que o ser humano é mistério e não segredo. Os critérios do formador são os
mesmos de Jesus Cristo.
3)
A
afetividade passa pelo nosso centro(energias que envolvem nossas relações);
4)
É
preciso ter o apoio afetivo da (compreensão, acolhimento, solidariedade, amor,
perdão).
5)
Perdão
significa: ok vamos continuar caminhando
6)
A
intimidade é o nível mais profundo da comunicação, às vezes, falamos de tudo
mas não de nós mesmos. A intimidade se dá na confiança, proximidade, afeição,
ética.
DIMENSÃO ESPIRITUAL
·
Deus
é fonte, é a raiz da vida. Eu tenho intimidade com Deus. Como eu alimento essa
intimidade?
·
Intimidade
é diferente de convivência. Intimidade é cumplicidade, respeito pelo outro. A
intimidade na relação faz o coração arder para haver o encontro.
·
O
que me ajuda na intimidade é a experiência eucarística, não somente a
celebrativa, mas a prática eucarística.
·
Ter
um acompanhamento espiritual, ou seja, ter alguém que me ajude a fazer as
pegadas de Jesus na sua vida.
·
Ascese
saudável é importante (sofrer, dor, está no DNA)
·
Participação
nos sacramentos, sobretudo da confissão;
·
Prática
da Lectio Divina
·
Leitura
Espiritual
·
Outras
devoções
·
Alegria
é a expressão da paixão do consagrado.
QUESTÕES
1)
O
que falta em nossa relação de intimidade com Jesus que não permite apesar do
desejo, que ele incendeie nosso coração, muitas vezes frio, insensível, lento
para crer, transformando-o em coração vivo, cheio de fé e confiança?
2)
Será
que estamos focados naquilo que não dá certo na nossa vida?
3)
O
que nos impede de assumirmos ações concretas em nosso serviço na formação?
4)
Como
ajudar a equipe formativa na percepção de que a intimidade com Jesus está
vinculado também ao amor-serviço-missão?
CONSIDERAÇÕES FINAIS A NÍVEL PESSOAL
1)
A
formação precisa caminhar no sentido:
·
Mistagógico(experiência
mistagógica é ajudar os jovens a fazer teologia(experiência de Deus) lá onde
eles se encontram (sua história)
·
Travessia
a realizar
·
Passar
para os formandos a experiência de Deus do formador;
·
O
formador deve escutar sua intuição espiritual na relação com os formandos;
·
O
formador deve achar sempre o caminho do meio(flexibilidade)
·
A
relação com os formandos deve ser de estima(respeitar o formando, acolher os
bons desejos que ele traz. Pedir a Deus que me dê a estima por essa pessoa.
Respeitá-la no processo e admiração pelos valores que ela tem.
·
O
modelo formativo correto é o evangélico(confiança, escuta, flexibilidade)
·
Os
formadores devem buscar ser eficazes no que faz(buscar alcançar aquilo que se
pode, para alcançar o objetivo, não é necessário fazer tudo)
·
Nesta
nossa vida de tantas correrias, será que Jesus consegue nos alcançar para
caminhar conosco? (discípulos de Emaús)
·
A
grande crise que estamos passando hoje é a crise de fé(relativizamos coisas que
não dá para relativizar, por exemplo a fé).
·
Para
se chegar a profecia é preciso a mística(mistério). O humano integrado passa
pela mística para se chegar a profecia, ou seja, ao anúncio;
·
Nas
relações com Deus e com os formandos é preciso se aproximar para chegar a
intimidade;
·
Assim
como eu tenho experimentado a Graça de Deus na minha vida, eu tenho que ajudar
os formandos a experimentarem a Graça de Deus em vossas vidas;
·
Focar
na formação a experiência de Deus na vida deles no cotidiano. Um Deus que me
chama a vida-a vida cristã, ao apostolado, a experiência de vida fraterna; me
chama a integrar minhas memórias para passar a ser um receptor de memórias à
doador de memórias.
·
Experiência
de Deus é a fé que dá base a integração da pessoa;
·
Antes
do jovem se apaixonar pelo nosso carisma e missão, deve-se trabalhar
inicialmente nele o apaixonamento por Cristo e pelo seu Reino.
·
A
responsabilidade da formação não é minha, mas é de toda a congregação;
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