QUER SER IRMÃO CONSAGRADO OU PADRE ?


SER PADRE

Ser padre é ser abençoado e verdadeiramente escolhido por Deus. Sem dúvida nenhuma, somente alguém que tem Deus ao seu lado é capaz de realizar tantos feitos como celebrar a Eucaristia, pregar o Evangelho, acolher os pecadores, orientar e acompanhar como somente um pai pode fazer. Um pai espiritual dado pelo Senhor para nos guiar no caminho da salvação.

Ser padre não é uma tarefa fácil! Deixar tudo e entregar-se completamente nas mãos do Senhor pede vocação, força e fé. Muita fé. O padre é um ser humano sujeito a tentações, fraquezas e também emoções e sentimentos. É claro que, em alguns casos, nem sempre os limites humanos são superados, mas a graça divina e a oração constante são a melhor ajuda para os momentos de dificuldade.

O padre precisa de nós tanto quanto nós dele. Precisa do nosso apoio, colaboração e compreensão; precisa do nosso amor, da nossa amizade e de nossas orações. Precisa que rezemos pedindo que Deus o santifique, ampare e console nos instantes de fraqueza; que Deus lhe dê ânimo e coragem para seguir confiante e com alegria em sua missão.

(Mensagem do Papa Bento XVI )





FUNDAMENTOS DO SER PRESBITERAL
Na opção pela Vida Religiosa e Sacerdotal a configuração com Cristo advém de uma graça especial: ser pobre, casto, humilde. O que vai alimentar essa graça extraordinária é o dinamismo presente no íntimo que impulsiona nossa vontade e ação. Esse dinamismo progressivo vai se dando no serviço redentor que salva e dá vida nova.
A consagração presbiteral a serviço da Igreja se dá na busca pela santidade como homem que rejeita o perfeccionismo e busca a integração fruto do avanço e do recuo, da ascese e da queda, das renúncias e das retomadas, a serviço da Igreja e na pessoa da Igreja assumindo-a como seu corpo buscando amá-lo, respeitá-lo, louvá-lo, assumi-lo. Na condição de que o sacerdote para a comunidade é ao mesmo tempo pastor e paroquiano, pregador e ouvinte. A comunidade deve perceber no sacerdote um superior e pastor e ao mesmo tempo um irmão e amigo, porque também sujeito às experiências de fracasso e fraqueza e porque também é limitado pelo sofrimento que toca a vida de todos.
O presbítero é aquele que procura conhecer em profundidade a realidade dando evasão ao mistério, olhando a realidade como ela é e não como o que ela tem como utilidade. Se olho com gratuidade, respeito, eficácia, estou me abrindo ao conhecimento sem limites numa ânsia de buscar e, portanto, não dou importância a eficiência, produção, lucro, utilitarismo.
O presbítero é o consagrado que zela pela unidade: “Permanecei em mim e eu em vós”. (Jo15,4). Unidade no Corpo e Sangue vivificado de Cristo. A Igreja é fortalecida pelo Paráclito divino por meio da santificação eucarística dos fieis. Queres honrar o Corpo de Cristo? Honra-o dando pão a quem tem fome, água a quem tem sede, roupa aos nus. Cada um de nós recebe Cristo e Cristo recebe cada um de nós, intensificando a amizade. Compete aos pastores estimular pelo testemunho pessoal o culto eucarístico: exposição do Santíssimo e visita ao sacrário. O culto eucarístico é a 1ª das devoções. É bom demorar com Ele e inclinando sobre o seu peito como o discípulo amado deixar-se tocar pelo amor infinito de seu coração, experimentar os frutos da comunhão do Corpo e Sangue do Senhor.
“In persona Christi”: em nome de Cristo, nas vezes de Cristo é o que melhor se identifica com o Sumo e Eterno Sacerdote. A eucaristia é o centro e o vértice da vida da Igreja e do ministério sacerdotal. É a principal e central razão de ser do sacerdócio que nasceu efetivamente no momento da Instituição da Eucaristia juntamente com ela. É o centro e a raiz de toda a vida do presbítero. Celebrar a eucaristia todos os dias para vencer a dispersão ao longo do dia, encontrando no sacrifício eucarístico, energia espiritual necessária para enfrentar as diversas pastorais. Assim, seus dias o tornarão verdadeiramente eucarísticos.
O sacerdote é, dentro da Igreja, sacramento do Cristo. A ação é dupla: sobre o corpo eucarístico de Cristo e sobre o seu Corpo Místico(Igreja). Se trata de um serviço como o do Bom Pastor. É preciso na caminhada, sobretudo, na das dificuldades, cultivar, intensa e permanentemente, o exercício da presença de Deus que continuamente chama.
O sacerdote para este 3º milênio deve buscar a santidade na configuração com Cristo no exercício do espírito das bem-aventuranças para se chegar ao objetivo do Bom Pastor que dá a vida pelas suas ovelhas.
Pobres em Espírito: pobreza é antes de tudo, mansidão, humildade, simplicidade. É uma total confiança em Deus, um apoiar-se unicamente Nele. A pobreza é rejeição da auto-suficiência e superação do medo e da ânsia pelo amanhã e responsabilidade pela busca dos valores que ainda não estão em nós.
Mansos: A mansidão é virtude dos fortes que sabem silenciar-se para escutar os outros com paciência e amabilidade, interessando-se com sinceridade pelas suas dificuldades na procura de compreendê-los. O sacerdote deve ser aquele que acolhe a profundidade do ser do outro, sendo extremamente acolhedor, paciente, manso, não deixando ser atropelado pelo muito fazer.
Aflitos: Aflitos no sentido de ser sensíveis ao sofrimento alheio. O sacerdote deve ter cuidado especial das ovelhas mais necessitadas de atenção.
Fome e sede de justiça: O sacerdote é zeloso pelas coisas de Deus e exige que a vontade de Deus seja respeitada. Ter um coração justo capaz de ir além das leis do mandamento, onde a caridade é a plenitude da lei segundo Paulo. (Rm13,8)
Misericordiosos: O sacramento da reconciliação compromete o sacerdote. Como lidar com os erros das pessoas na comunidade.
Puros de coração: pureza de coração significa sinceridade, mover-se sem máscaras, desinteressadamente. A sinceridade total é uma luta contínua.
Promotores da Paz: ser homens de paz e pacificadores. A paz que buscamos constrói-se no convívio, na superação dos conflitos.
Perseguidos: São os que procuram ser fieis, viver em profundidade sua vocação e com radicalidade o seguimento de Jesus, sofrem oposições.

(Reflexão-retiro espiritual em preparação para a minha ordenação sacerdotal em 2003). Pe.Sergio Augusto Faria Vidal








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