quinta-feira, 22 de maio de 2014

SÍNTESE DO SIMPÓSIO VOCACIONAL EM NATAL-RN



INTRODUÇÃO
PE.SERGIO E IR. ROSA PARTICIPAM DO SIMPÓSIO VOCACIONAL REGIÃO NORDESTE EM NATAL-RN REPRESENTANDO A CRB REGIÃO MACEIÓ
Pe. Sergio e Ir. Rosa das Irmãs Jesus Bom Pastor participaram neste último final de semana do Simpósio Vocacional do Brasil região nordeste em Natal-RN. Esse simpósio foi promovido pela Comissão Episcopal Pastoral para Ministérios Ordenados e a Vida Religiosa e o Instituto de Pastoral Vocacional. O tema foi: "Vocações diversas para uma grande missão" e o lema: "Ide e anunciai!". A novidade deste Simpósio de 2014 foi pela 1ª vez por regiões. Todas as regiões realizaram o Simpósio simultaneamente com alguns momentos usando o recurso técnico da Videoconferência partilhando momentos comuns entre todas as regiões. Em nossa região nordeste participaram 240 pessoas, entre sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos e leigas. Dom Gilson da Silva (Bispo Auxiliar de Salvador) e Padre Cícero (Reitor do Seminário da Arquidiocese de São Paulo) foram os conferencistas do Simpósio. Os temas foram: "Diversidade a serviço da unidade" e "Na comunhão com Ele, enviados para a grande missão". A metodologia usada foi: A conferência seguida de trabalhos de grupos fazendo ecoar a temática nas discussões de grupos. No domingo houve uma plenária com os conferencistas respondendo perguntas, questionamentos. 
Como ninguém é de ferro, ainda sobrou um tempinho para conhecermos o litoral e as belas praias de Natal. A acolhida foi dada pelas famílias. Em breve sairá um resumo do Simpósio em um DVD que será enviado a todos os membros participantes e um documento oficial sobre o evento.
BREVE SÍNTESE DE CONTEÚDOS PROVENIENTES DAS DUAS CONFERÊNCIAS
DIVERSIDADE A SERVIÇO DA UNIDADE
Pe. Cícero. (Reitor do seminário Arquidiocesano de São Paulo)
·         A amabilidade divina é a força que nos sustenta em nossas diversidades.
·         O Espírito Santo opera a unidade dos chamados em dois caminhos diferentes, mas os mesmos se integram:
1)      Caminho extraordinário: O ES opera independentemente de nossa vontade e participação;
2)      Caminho Ordinário: Quando nós participamos desta construção e não somente o Espírito Santo.
·         Dentre as diversas vocações(padres, freiras, santidade, .....batismo, etc) existe uma que fundamenta as demais que é a de: “sermos humanos”. Vocação antes de qualquer coisa, é “sermos humanos”. Sem esta as demais não viriam. Faltou aprofundar o que seja ou qual é a definição do que seja “ser humano” na atualidade? E o que significa ser Igreja hoje na atualidade?
·         A vocação específica não violenta ninguém, não violenta a humanidade do ser humano.
·         Tudo o que faz o ser humano ser menos humano não faz a vontade de Deus.
·         A base de nossa vocação é a imagem de Deus(parecer com Deus)
·         O homem quando é chamado por Deus ele deve fazer memória de sua história (descer aos infernos..)
·         Não podemos falar que temos vocação, antes de dizermos que somos vocação(ser humano).
·         Vocação é interrogar-se: “aquilo que Deus tem necessidade”. Fazemos essa pergunta hoje? De que Deus tem necessidade?
·         O discípulo cristão é caminhar atrás de Jesus e não à frente Dele. Jesus não pode se esconder por detrás de uma batina.
·         Vocação é aquela que assume a salvação do mundo. “Padre é estar a serviço da salvação de homem e mulher”. Vocação é missão e não privilégio, não é simplesmente dom pessoal, mas compromisso.
·         Reino de Deus não é simplesmente transformação social, mas é Deus conosco, Deus perto.
·         O Pai nos chama a testemunhar a alegria. Ex. Filho Pródigo (refletimos o mistério do sofrimento e da alegria). Em Moisés Deus nos pede para tirar as sandálias, em Jesus nos manda colocar as sandálias(festa, alegria).
·         Experiência do chamado: “Encontro”-“conversão”-“permanecer com Ele”-“enviado em missão”.
·         Cuidado com o narcisismo vocacional, ou seja, quando um vocacionado não contempla a Cristo, mas a si mesmo.
·         Não se deve criar expectativas para o vocacionado. Ex.: eu vou ser isso ou aquilo; não buscar estar naquele cargo ou naquele lugar. O único ato que o homem pode corresponder a Deus é a chamada a disponibilidade ilimitada, abertura ativa, responsável.
·         Comparativo entre a vocação ao lago e a vocação ao monte(transfiguração, por exemplo). No lago chama a todos, no monte Ele chama quem Ele quer.
·         O que precisa a Igreja hoje? Cultura vocacional ? Documentos?
·         O que precisa o nosso tempo?
·         O que precisa os vocacionados para exercerem de maneira harmônica sua personalidade?
·         Do que Deus precisa? Qual é a necessidade de Deus?

NA COMUNHÃO COM ELE, ENVIADOS PARA A GRANDE MISSÃO
(D. Gilson, bispo auxiliar de Salvador, responsável pelas vocações, região nordeste)
·         Estamos acostumados a dizer: estamos vivendo tempos difíceis, precisamos mudar a forma de ver as coisas: “estamos vivendo tempos oportunos”.
·         Falta de vocações é momento crítico ou oportuno?
·         Perspectivas: Igreja em saída. O mais importante não é a programação da missão, mas a força da missão, entranhada na nossa vida. A missão deve estar impregnada em toda ação pastoral.
·         O que derruba as estruturas caducas é a missionariedade assumida como modelo para cada pastoral, não é uma semana missionária, mas em estado permanente de missão.
·         Toda estrutura eclesial deve ser um canal para a evangelização. Será que estamos mais preocupados em cuidar da estrutura institucional do que a nova evangelização?
·         Precisamos rever nossa linguagem: o que falamos para as pessoas faz chegar ao coração? A Igreja precisa falar ao coração das pessoas
·         A fidelidade da missão é que nos sustenta. O que Deus pensa?
·         Como as primeiras comunidades cristãs viviam a missão?
·         A Igreja é chamada para continuar chamando
·         Crise das vocações  x  crise dos que chamam (Aprofundar)
·         Como o paradigma vocacional pode estruturar a missão?
·         O que chama é a beleza de vossa vida. A melhor expressão vocacional é a vivência profunda de sua vocação como chamado. As pessoas tem que identificar em nós uma grande humanidade. Nossas comunidades precisam irradiar a beleza dos que vivem. Precisamos fazer a animação vocacional por contágio, ou seja, daquilo que o coração está cheio.
·         Precisamos cuidar do estilo de nossa ação. Estilo que caracteriza a ação do apóstolo é a paresia (liberdade de dizer tudo) coragem e transparência do testemunho.
·         Nossa igreja deve criar espaços para a pluralidade de vocações. Ela deve favorecer pluralidades do rosto de Cristo.
·         O que significa assumir a missão como  paradigma para uma ação forte da Pastoral Vocacional/animação vocacional?
·         Quais elementos que nos ajudam a dar passos dentro da diversidade?

IMPRESSÕES PESSOAIS DO SIMPÓSIO VOCACIONAL NACIONAL (REGIÃO NORDESTE)
Penso que o encontro foi rico em experiências, padres, religiosos(as), leigos(as). Pessoas de todas as regiões do nordeste brasileiro. Deu para ter uma ideia de como está caminhando a Igreja no nordeste brasileiro.
Conteúdos:  Os conteúdos provenientes das duas conferências, ao meu ver, foram repetitivos, não apresentaram novidades. Aliás, penso que qualquer pessoa que ali estivesse seria a mesma coisa, ou seja, os conteúdos hoje já se tornaram repetitivos, não há muito o que acrescentar. O que precisa é fazer. Mas, às vezes o nosso fazer é um “desastre”
O que faltou nesse Simpósio foi “descer aos infernos” Como nós estamos colocando em prática esses conteúdos? Qual é a nossa coerência de vida em relação a eles? Quais são os métodos para lidar hoje com essa pluralidade de vocações, de personalidades, de comportamentos, afetividades, etc. quais são os métodos a lidar com as chamadas “novas gerações”, com as “juventudes” , de jovens que chegam hoje com decisões e opções tardias, cheios de histórias de vida? Como nós entendemos hoje do que seja: “Ser humano” com tanta desumanidade existente.
Penso que um ser humano equilibrado é um ser humano maduro afetivamente, e sendo maduro afetivamente é também espiritualmente, vocacionalmente, etc.. mas o que falar de tantos jovens que chegam hoje nas suas mais diversas imaturidades afetivas? O que falar de tantos animadores e animadoras vocacionais com tantas imaturidades afetivas? O que falar de tantos padres, freiras, religiosos, religiosas, leigos e leigas que vivem com tantas imaturidades afetivas hoje? O que falar da formação permanente hoje?
As incoerências, quando acontecem, são muitas vezes, até de forma inconscientes por não saber lidar com as emoções, com as imaturidades afetivas e aí são muitas as consequências como por exemplo: a sede de poder, a vivência de uma espiritualidade sentimentalista, a dificuldade de viver em comunidade, o aceitar a posição do(a) outro(a), etc..
Um exemplo de imaturidade coletiva aconteceu no próprio Simpósio que tratava de discursos sobre a diversidade de vocações, de todos os participantes que ali estavam   48% eram mulheres(religiosas e leigas), sem contar os homens religiosos, a linguagem usada tendenciosamente  ou não foi para vocações sacerdotais.
Por isso, eu digo os discursos são bonitos, repetitivos, as homilias e as reflexões são bonitas, os conteúdos nos trabalhos em grupo são bonitos, mas a linguagem não está atingindo o coração humano como deveria. No final abriu-se 30 minutos para uma plenária de onde começaram a surgir da base perguntas, questionamentos, que estávamos esperando a tempo, mas o tempo foi pouco, talvez porque ainda não estamos preparados para ir à raiz dos fatos, talvez por não estarmos sabendo trabalhar com elas. Quando as pessoas que ali estavam começaram a fazer perguntas sobre as nossas imaturidades afetivas-sexuais, a busca pelo poder, a busca pelo aburguesamento na vida consagrada, comodismo, individualismo em como lidar com vocações que nos chegam com essas tendências e com animadores vocacionais com essas tendências, infelizmente os 30 minutos que tinha para a plenária se esgotaram e o tempo acabou.
Mas valeu muito, por vários motivos:
1)      A troca das nossas experiências de vida foram ótimas;
2)      Deus nos chama nas nossas imperfeições;
3)      Me ajudou a buscar, aprofundar em todas essas questões que eu levantei, sobretudo nas nossas verdadeiras motivações para purificá-las e voltar ao eixo da vida que é o amor.

4)      Que a profecia deve continuar, ninguém pode apagar a vontade de quem quer buscar a verdade para em primeiro lugar: encontrar-se com ela e 2º ajudar os outros a encontrar a sua verdade ou a VERDADE. 

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