Papa cita racismo e intolerância religiosa como "cruzes" do mundo, e lembra vítimas da Kiss
Do UOL, no Rio
De acordo com o pontífice, os preconceitos racial e religioso são "cruzes" que o mundo atual carrega e que acabam suscitando questionamentos entre os católicos acerca da fé na Igreja e em Jesus Cristo. Ele também pediu orações para os familiares dos 242 jovens que morreram no incêndio da boate Kiss, em Santa Maria (RS).
O santo padre mencionou ainda outros temas frequentemente debatidos por instituições religiosas e pela sociedade civil, tais como a dependência química, as vítimas da violência urbana, a fome "num mundo que todos os dias joga fora toneladas de comida", a corrupção política e religiosa, entre outros.
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Francisco iniciou seu discurso lembrando o Ano Santo da Redenção, em 1984, quando o então papa João Paulo 2º entregou aos jovens a cruz que se tornaria um dos principais símbolos da JMJ.
Nos últimos dois anos, "A Cruz da Jornada" percorreu várias cidades brasileiras, como lembrou o próprio pontífice ao fazer três perguntas aos milhares de peregrinos que lotam a praia de Copacabana: "O que vocês terão deixado na Cruz, queridos jovens brasileiros, nestes dois anos em que ela atravessou seu imenso País? E o que terá deixado a Cruz de Jesus em cada um de vocês? E, finalmente, o que esta Cruz ensina para a nossa vida?".
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Ao discursar sobre a Cruz da Jornada, Francisco lembrou do fato de que o Brasil já se chamou "Terra de Santa Cruz"."A Cruz de Cristo foi plantada não só na praia, há mais de cinco séculos, mas também na história, no coração e na vida do povo brasileiro e não só: o Cristo sofredor, sentimo-lo próximo, como um de nós que compartilha o nosso caminho até o final. Não há cruz, pequena ou grande, da nossa vida que o Senhor não venha compartilhar conosco", afirmou.
Houve um pequeno erro no texto lido pelo papa, que disse ter sido "Terra de Santa Cruz" o "primeiro nome dado ao Brasil". Na verdade, a primeira nomenclatura dada logo após o descobrimento, em 1500, foi "Ilha de Vera Cruz", sendo o território anteriormente chamado de "Pindorama" --nome dado pelos indígenas.
Por fim, o pontífice convidou a multidão de jovens a "se contagiar pelo amor de Cristo", a levar para a Cruz peregrina "alegrias", "sofrimentos" e "fracassos".
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