quinta-feira, 9 de maio de 2013

PARA OS QUE TRABALHAM COM AS JUVENTUDES


DISCERNIMENTO VOCACIONAL JUNTO ÀS JUVENTUDES

NO CONTEXTO ATUAL

 

Uma das influências que muito afeta a opção vocacional na Vida Religiosa é o hedonista, que, do grego hedone, quer dizer “prazer”. O contexto atual acentua a busca pelo prazer como a essência da felicidade, acima dos demais valores, de busca pela estética, uma aparência superficial.

Soma-se a essa busca estética o desafio que implica na influência de um mundo globalizado configurando uma sociedade complexa que introduz novos elementos culturais, modificando rapidamente seus costumes, hábitos, valores, e com eles as opções vocacionais e projetos de vida.

 

COMPREENSÃO SOBRE JUVENTUDES

E ALGUMAS CONSEQUÊNCIAS DO CONTEXTO ATUAL

 

Duas abordagens:

1)      Dimensão cronológica do termo juventude

2)      Concepção social que alonga tal fase para benefício de uma parcela da sociedade

O termo juventude surge como fase de preparação para o mercado de trabalho. Essa construção terminológica não mostra preocupação com o jovem enquanto pessoa, pois é um termo instrumentalizante, priorizando a necessidade do mercado.  

Outra definição é a baseada na dimensão cronológica e não na fase. No Brasil, a questão cronológica é alargada, passando dos 24 para os 29 anos de idade, criando posturas “juventudocêntrica” de uma sociedade imatura, que deseja perpetuar a adolescência e a juventude, negando a etapa adulta, fazendo com que os jovens fiquem sem referências.

Entretanto, no mundo juvenil pela sua diversidade cultural e social, muitos autores marcam esse caminho com o termo juventudes, pois mesmo que o termo juventude fale de coletividade, compreendemos que existem várias coletividades. O termo juventude não dá conta, em nossa concepção, de retratar as particularidades existentes no mundo juvenil, pois falar de jovens que estão em situação de rua não é a mesma coisa que falar de jovem da classe média, juventude estudantil, trabalhista e outras mais. É preciso compreender esses contextos para sabermos como ajudar no discernimento e opção vocacional de quem nós propomos acompanhar.

CULTURA VOCACIONAL E DISCERNIMENTO VOCACIONAL

É preciso pensar um futuro para os jovens, um projeto de vida, considerando o contexto presente numa perspectiva que favoreça o discernimento e o acompanhamento vocacional. A cultura é o que se converte em sistema e tradição, sendo expressão da identidade de um povo. Tem valores subjetivo e objetivo que dão significado à sua vida.

A teologia é um dos componentes da cultura vocacional que ajuda a compreender essa construção de valores que edificam verdades e projetos de vida. Uma teologia vocacional deve ser traduzida numa vivência concreta e que tenha estes elementos: a mentalidade afetiva e a práxis.  A mentalidade vocacional é a representação da imagem de Deus que a pessoa vai assimilando ao longo de sua vida. Cada pessoa expressa, nas relações, a imagem de Deus que acredita. Acreditar que a iniciativa do chamado vocacional é de Deus é uma verdade teológica, porém como interpreto este chamado contém um nível de influência do contexto e como vou assimilando as diversas propostas do sistema. É preciso saber discernir o que é de fato vocacional, ou seja, o que é chamado de Deus, enquanto inspiração divina, que se dá diante de uma apelo concreto, e o que são contaminações da história pessoal, contexto que gera uma imagem religiosa de conveniência com uma busca pela felicidade e realização pessoal desvinculada do coletivo(hedonismo).

Portanto, reduzir o projeto pessoal sem o aspecto missionário é infantilizar a teologia vocacional. Esse chamado é para participar da obra da redenção. Tal mistério vem ao encontro da história pessoal com seus limites e virtudes. O projeto vocacional é um projeto pascal, implicando em renúncias e discernimento diante dos sinais dos tempos. No discernimento, mais do que abandonar projetos, deve-se encontrar sentido nas perdas e adversidades que esse caminho contém, entendendo que a vida vale a pena quando doada.

Artigo; Frei Rubens da Mota(OFMC). Revista Convergência abril 2013

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